No Colégio As Joaninhas, acreditamos que aprender pode (e deve!) ser uma experiência viva, dinâmica e cheia de significado. Foi com esse espírito que promovemos aulas conjuntas entre os alunos do 1.º ano e do 4.º A, centradas no tema do dinheiro — uma aprendizagem essencial, que ganhou novas formas através da interdisciplinaridade, da criatividade e do brincar.

Para isso, pedimos emprestado aos Bibes Encarnados o seu “Mercado dos Blocos Lógicos” e transformámos a sala e o espaço exterior num autêntico mercado. Os alunos organizaram bancas, estipularam preços, identificaram formas geométricas e simularam transações com notas e moedas didáticas. Houve quem vendesse, quem comprasse, quem desse troco e quem ajudasse a somar.

Uma aprendizagem colaborativa

A aula proporcionou momentos únicos de interajuda: os alunos mais velhos orientavam os mais novos no reconhecimento das formas geométricas, na leitura das etiquetas de preços, no cálculo de trocos ou no uso da calculadora. Esta colaboração entre pares não é apenas uma estratégia prática — é uma abordagem pedagógica com forte suporte científico.

Segundo Vygotsky (1978), a zona de desenvolvimento proximal refere-se à diferença entre aquilo que a criança consegue fazer sozinha e aquilo que pode alcançar com o apoio de alguém mais experiente. Este foi um exemplo claro desse princípio em ação: os alunos mais velhos funcionaram como mediadores, ajudando os mais novos a avançarem nas suas aprendizagens.

Aulas ao ar livre: mais do que uma mudança de cenário

Parte da atividade decorreu no exterior, e isso fez toda a diferença. A literatura pedagógica tem vindo a destacar os benefícios das aulas ao ar livre na motivação, concentração e bem-estar dos alunos (Maynard & Waters, 2007). O contacto com o ambiente natural estimula os sentidos, promove a atenção sustentada e favorece o envolvimento com os conteúdos de forma mais ativa.

 Interdisciplinaridade e criatividade em ação

Embora o foco tenha sido a matemática — nomeadamente o reconhecimento do dinheiro, o valor facial das notas e moedas, o cálculo mental e a resolução de problemas com trocos — esta aula integrou também competências de linguagem oraleducação para a cidadania e competências sociais.

Além disso, o uso de um contexto lúdico e realista, como o mercado, permitiu aplicar os conteúdos em situações próximas do quotidiano. Como refere Bruner (1960), a aprendizagem é mais eficaz quando os alunos percebem a utilidade prática do que estão a aprender — e neste caso, os sorrisos e o entusiasmo falaram por si.

Em suma, esta aula foi muito mais do que uma atividade divertida. Foi uma demonstração viva de que aprender pode (e deve) ser significativo, colaborativo e criativo.
Os alunos exploraram conceitos matemáticos de forma concreta, reforçaram competências sociais, ajudaram-se mutuamente e, acima de tudo, divertiram-se a aprender.

É este o caminho que queremos continuar a trilhar: onde o brincar e o saber andam de mãos dadas, e onde cada momento é uma oportunidade de crescer.